por AM, em 26.07.09
Ontem retomei um hábito de criança e de adolescente que foi passear de autocarro. A excursão foi até Ourique, terra alentejana muito bonita e interessante.
A viagem foi feita com muitas pessoas já da velha guarda e pouca juventude presente. Se a viagem de ida foi feita sem grandes sobressaltos, já a vinda foi mais atribulada.
A malta dos 50 e 60 anos vinha bastante animada e resolveu vir a cantar músicas do seu tempo. Achei aquilo bastante engraçado e em algumas músicas que conhecia até tentei acompanhar.
Tudo bem até aqui, mas no banco atrás do meu, uma rapariga, que não deveria ter mais de 16 anos e com um estilo de “Ronalda”, resolveu manifestar-se contra o cantarolar daquelas pessoas. A jovem pegou então no seu telemóvel e pôs uma música a tocar aos berros ao mesmo tempo que fazia karaoke. Depois mandava uns “chius” para o ar para ver se as pessoas se calavam. Como ninguém lhe ligou nenhuma, ela resolveu juntar-se aos cânticos.
Confesso que esta cena me deixou muito revoltado. Lembro-me da educação que me foi dada e sempre respeitei os mais velhos. Nunca fui um grande exemplo de bom comportamento na escola, mas nunca faltei ao respeito a nenhum professor ou outro empregado.
Aquela atitude de uma pita com aspecto xunga deixou-me muito triste e bastante preocupado com o futuro desta malta.
Eu, por muito menos, arriscava-me a levar um estaladão e não me queixava, pois mesmo revoltado, lá no fundo, apercebia-me que tinha feito algo de errado.
Mas estes putos de hoje em dia são muito diferentes. Todos têm telemóvel, têm roupinha de marca, falam alto e não respeitam ninguém. Acham que o mundo é deles e que as pessoas mais velhas não passam de uns quotas chatos que não os entendem. Sinais de uma geração sem valores e que não deverão ir muito longe.
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